quinta-feira, 7 de maio de 2009
terça-feira, 5 de maio de 2009
domingo, 3 de maio de 2009
Saudade
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que
não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu,
do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida
é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem
se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade,
mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem
vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se
menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe
como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando
num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa
daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista
como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa
daquela mania de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald’s;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer
com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas
que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor
de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro,
e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz,
e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos.
É não querer saber se ele está mais magro,
se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama,
e ainda assim doer…
Saudade é isso que senti
enquanto estive escrevendo
e o que você, provavelmente, está sentindo
agora depois que acabou de ler.
Miguel Falabella
La mia realtà
quinta-feira, 30 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
Pedacinhos do passado...
domingo, 26 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
La mia realtà
segunda-feira, 13 de abril de 2009
So true!
Oliver Wendell Holmes, The Autocrat of the Breakfast-Table, 1858US author & physician (1809 - 1894)
sábado, 11 de abril de 2009
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Chuva
e revelando formas suavente,
amassa roupas num colar resfriado.
Sente-se o tinlintar da água no nariz,
o doce sem sabor na boca.
Cheiros intensos mas distraídos pelo toque,v
endo-se sujidades a serem dissipadas numa poça.
Sente-se a inércia que não nos larga,
só nos silencia,
só nos dá o corpo ao nada.
Toca-se o alto risco, aquele que não se vê,
o que se teme sem se saber.
Lavando as mágoas,
dissipando emoções,
exonerando tempos perdidos,
memórias loucas
e pesadelos vincados em qualquer água que se vê.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
"No podemos ser niños eternos, ni adolescentes tardíos, ni empleados de empresas inexistentes, ni tener vínculos con quien no quiere estar vinculado a nosotros.
Los hechos pasan... A veces es tan importante romper fotos, quemar cartas, destruir recuerdos, regalar presentes, cambiar de casa, papeles por romper, documentos por tirar, libros por vender o regalar. Los cambios externos pueden simbolizar procesos interiores de superación. En la vida nadie juega con las cartas marcadas y hay que aprender a perder y a ganar." Autor desconhecido
quarta-feira, 8 de abril de 2009
La mia realtà
La mia realtà
terça-feira, 7 de abril de 2009
The Little Pince
You´ve got a friend
Porque nos momentos em queremos dizer coisas importantes nunca conseguimos.
Porque às vezes há clichés que fazem tanto sentido e, ao mesmo tempo, nenhum sentido.
E principalmente porque és tão estupidamente especial (e não sabes).
Fôlego
Mastiguei o vazio e depositei-o em mim.
Meti trancas ao impulso de o trazer para fora,
guardei o vómito de ar que engoli.
É um dia às avessas
no sufoco de um fôlego aflito tossem-se mágoas.
Corro para longe e o fôlego volta a atormentar.
Nada prende o fôlego e ele nada prende,
somos só nós os presos do ar.
Num avião furamos as nuvens dos outros,
sem saber, sem notarmos…
Numa golfada de ar queimado pelos carros que passam,
pela poeirada levantam-se nuvens.
Vemos imagens infantis, ilusões!
Sento-me na poltrona dos vícios,
acendo um cigarro e dou mais um fôlego.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Garota de Ipanema
Lembra-me de ti... Nem sei bem porquê. Talvez seja só porque sim.
domingo, 5 de abril de 2009
Optimismo
Talvez o amor
“As pessoas procuram o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas."
Norman Mailer
Achamos sempre que o amor é algo que se procura. Procuramos o amor nos bares, na Internet, no metro... Procuramos o amor como se fosse o jogo do procura/encontra.
Achamos que ele deve estar por ali. Quase que sentimos o seu cheiro e precisamos apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível. Pois "só o amor traz felicidade".
Mas o amor não é um medicamento! Se estamos deprimidos e ansiosos demais, o amor não se aproximará e, caso o faça, faz com que as nossas expectativas saiam frustradas. Tão somente porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza. O amor não suporta a ideia de ser ingerido de 4 em 4 horas, como se fosse um remédio para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima.
O amor gosta das pessoas que tratam bem de si mesmas.
O amor, não tem de vir antes de tudo: antes da estabilização profissional, antes de se viajar pelo mundo, de curtir a vida, etc. Ele não nos dá garantias de que, a partir do seu aparecimento tudo resultará melhor!
No fundo, queremos o amor como pré requisito para o sucesso nos outros sectores quando, na verdade, o amor espera primeiro que estejamos felizes para então nos aparecer sem máscaras. É essa a condição.
Ser feliz é uma exigência razoável e não é assim uma tarefa tão complicada se formos a ver... Felizes são todos aqueles que aprendem a administrar os seus conflitos, que aceitam as suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se auto flagelam por causa dos erros que cometem.
Talvez felicidade seja serenidade. Não tem nada a ver com dinheiro, carros, férias geniais e muito menos com príncipes ou princesas encantados.
Talvez o amor seja o prémio para quem relaxa…
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Droga
essa vontade que me deixa louco
me corrompe de dor e angústia de não ter.
Toma-a vezes sem conta
sinto a chuva no corpo, o vapor que se prega em mim.
Não dou mais risco a quem não comporta!
De sonhar estou farto e isso já não importa!
Coração seco e vontade do mesmo,
ao mesmo tempo, sufocantemente,
sempre, sem nunca cansar.
Olho vivo, brilho sumido de memórias irrecuperáveis.
Há fracos sobre a mesa, absorvidos no mundo alternativo.
Mau astral e a alegria que corroi de tão boa!
Pisca-se e morde como quem pega!
O sorriso
sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Oscar Wild
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Pérola Imperfeita
Mesmo sendo irresistivelmente sedutora,
não sabia mais o que fazer.
As ambiguidades pareciam ingratas,
causadoras de inquietação.
Num surpreendente movimento,
aparente câmara lenta
numa paralisante elevação.
Já não causava surpresa.
Já não sabia enigmas.
Já não era assim tão prodigiosa,
muito menos cintilante.
Assolavam os estigmas da irregularidade
numa calma aparentemente fora do comum.
Percebeu finalmente, era uma pérola imperfeita...