terça-feira, 7 de abril de 2009

Fôlego

Do ar que respiro dei um gole de vento.
Mastiguei o vazio e depositei-o em mim.
Meti trancas ao impulso de o trazer para fora,
guardei o vómito de ar que engoli.
É um dia às avessas
no sufoco de um fôlego aflito tossem-se mágoas.

Corro para longe e o fôlego volta a atormentar.
Nada prende o fôlego e ele nada prende,
somos só nós os presos do ar.

Num avião furamos as nuvens dos outros,
sem saber, sem notarmos…
Numa golfada de ar queimado pelos carros que passam,
pela poeirada levantam-se nuvens.

Vemos imagens infantis, ilusões!
Sento-me na poltrona dos vícios,
acendo um cigarro e dou mais um fôlego.

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